quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sociologia (I)

-Nicolau Maquiavel: cientista político italiano que ficou especialmente conhecido por ter escrito "O Príncipe", que dedicou a Lourenço de Médici, um dos ditadores mais poderosos da Itália, famoso por patrocinar as artes e as letras. Esse livro foi muito importante, principalmente, por ser um "manual" de como governar: Maquiavel explica como deve ser o bom príncipe para alcançar o poder e perpetuar-se no poder. Alguns dos itens mais importantes de seu livro:

  • Virtù e Fortuna: são duas qualidades que o bom príncipe deve possuir. A virtù é, propriamente, a virtude (as virtudes) que faz com que o príncipe seja capaz de agir da maneira certa de acordo com a situação e saber mudar seu posicionamento sempre que for conveniente. Fortuna (sorte, acaso) são os acontecimentos que independem do príncipe e que possibilitam sua ascensão ao poder. Para Maquiavel, um príncipe com virtù e sem fortuna, provavelmente não chegaria ao poder e um príncipe com fortuna, mas sem virtù, chegaria ao poder, mas seria facilmente retirado de seu cargo por não ter habilidades para mantê-lo. O que Maquiavel propõe é que um bom príncipe teria dos dois.
  • Amor e Temor: são as duas maneiras do príncipe controlar seus súditos, sendo que um bom príncipe deve ser amado e temido. Se não puder ter os dois, ele diz que o príncipe deve preferir o temor por este ser unilateral: depende apenas de sua ação para que o povo se submeta, enquanto o amor tem de ser recíproco. Porém, usar somente do temor pode criar, entre o príncipe e os súditos, um sentimento de opressão, o que é ruim para a perpetuação do poder do monarca.
  • Bem Geral do Estado: o bom príncipe deve sempre agir de acordo com o Bem Geral do Estado, ou seja, suas decisões devem ser voltadas para a perpetuação de seu poder e para o bem de seus súditos (isso varia de acordo com a visão de prioridade do príncipe). Exemplo: há um surto de uma doença contagiosa numa província e essa doença ameaça se espalhar pelo país. A província é isolada e o Estado precisa decidir se manda ou não ajuda. O príncipe decide então não mandar ajuda, pois abriria espaço para a saída da doença da província e contágio no resto do país, e decide bombardear a província a fim de acabar com a doença. Tal decisão, ao ver de Maquiavel, é razoável pois defende o Bem Geral do Estado: a província vai ser exterminada para evitar o extermínio de outras pela doença. Daí vem a frase (que não é de Maquiavel) que diz que "os fins justificam os meios": desde que o fim seja uma boa causa, não importam os meios usados para alcançá-lo.
  • Secularização do Estado: É a separação dos assuntos religiosos dos assuntos políticos. De acordo com Maquiavel, a moral religiosa não permite que o príncipe tome as medidas necessárias para manter seu poder, sendo necessária a divisão da moral religiosa da moral política. O bom príncipe, que é dissimulado, só deve defender a moral religiosa quando for conveniente para ele criar uma imagem política de seguidor da religião; fora disso, ele deve manter religião longe de política, com o risco de que a religião derrube-lhe do poder.

- Thomas Hobbes: teórico inglês que viveu na época da Revolução Inglesa, em meio a guerras civis. Suas idéias são, basicamente:

  • "O homem é o lobo do homem": essa frase reduz o pensamento que Hobbes tem da natureza do homem. Ele acredita que o homem, em seu estado de natureza, é mau e egoísta e que, em uma sociedade sem Estado, tende a ficar sempre guerreando. É a partir daí que ele começa a sua defesa do Estado Absolutista: como o homem tende a guerrear e a ameaçar a própria existência, ele teria de abrir mão de sua liberdade, se submetendo a um Estado (Rei ou Parlamento) que detivesse poderes absolutos para findar as ameaças promovidas pela natureza humana.
  • Contrato social: é um contrato que existe entre o Estado e o povo: o Estado garante a paz e a vida, contanto, para isso, com todos os poderes necessários (armas, leis), enquanto o povo se submete a esse Estado (servidão política), para ter a vida, a paz e a "liberdade" coletiva assegurada.
  • "O Leviatã": sua obra mais relevante, em defesa do Estado Absoluto. Leviatã é um monstro, composto por corpos humanos que representam o povo e com uma cabeça coroada, representando o rei. O monstro segura um cetro e uma espada, representando o poder institucional e o poder militar do Estado. O Leviatã, diz Hobbes, é uma alusão ao Estado: se um membro do corpo é cortado, o Estado se mantém, mas se a cabeça (o rei) é cortada, o Estado sucumbe.

-Jean Bodin e Jacques Boussuet: defendem o poder e a legitimidade dos reis pelo argumento religioso (e até afetivo), considerando que a sociedade em que viviam era extremamente religiosa. São os criadores da teoria do Direito Divino dos Reis, onde dizem que o rei recebe o poder diretamente de Deus e, sendo um representante de Deus na Terra, tem a autoridade de tal. Falam ainda da figura paterna do rei: o rei tem o papel, na família terrena (sociedade), de pai dos súditos, cuidando do que é melhor para os súditos.


Contrapondo-se aos teóricos do Absolutismo, vem Jean Jacques Rousseau, iluminista francês que inspirou as insurreições populares francesas na Revolução Francesa. Rousseau acaba com a tese de Hobbes de que o homem é mau e egoísta: o homem, na verdade, em seu estado de natureza, é bom e "inocente" (tese do bom selvagem) e que a sociedade é que o corrompe. E, se "o homem é o lobo do homem", como dizia Hobbes, o rei é o maior dos lobos, não sendo digno de tanto poder.
Rousseau diz que, o início da desigualdade está no momento em que um homem pegou um pedaço de terras e disse que este lhe pertencia e outro homem, ainda mais simplório, aceitou a palavra do primeiro, que é um grande "usurpador” (a propriedade é de todos). Para acabar ou ao menos atenuar as desigualdades seria necessário uma mudança no sistema, estabelecendo um novo modelo onde todos tivessem participação política e, conseqüentemente, os mesmos direitos jurídicos e de propriedade.



Liberalismo econômico - Neoliberalismo - Adam Smith

(dedicado a Ricardo, vulgo "Judeu", 2º F)


Adam Smith, considerado o Pai da Economia (como Ciência), foi um dos principais teóricos neoliberais, responsável pela teoria da Mão invisível do Estado e por defender um Estado mínimo, que não interviria na economia. Detalhando:

  • Não-intervenção do Estado na Economia: o Estado não deve ser responsável nem deve intervir na economia do país, abrindo espaço para a livre iniciativa e livre concorrência. Esse Estado mínimo só deveria intervir em três áreas que demandam um serviço uniforme, de qualidade e de investimento imediato: educação, saúde e segurança. As demais áreas seriam garantidas pela Mão Invisível do Estado.
  • Mão Invisível do Estado: o Estado tem que adotar políticas econômicas que possibilitem o desenvolvimento de empresas com capital privado e com livre concorrência que, competindo, melhorariam a qualidade dos produtos e reduziriam os preços com o intuito de conquistar o mercado consumidor. O Estado não deve intervir em tal processo, apenas sendo responsável por criar os pressupostos econômicos para que esse processo ocorra.
  • Por que saúde, segurança e educação não devem ser asseguradas pela Mão Invisível do Estado e necessitam ação estatal direta? Pois esses campos precisam ser de qualidade e ter abrangência nacional, sendo de igual qualidade em todos os lugares do país; se fossem responsabilidade da Mão Invisível do Estado, os serviços não seriam uniformes e não teriam garantia de investimento imediato.
  • Por que o Estado não deve cuidar de outros campos além desses três? Para Adam Smith, porque o Estado tem de ser mínimo e deve direcionar seu pessoal exclusivamente para as três áreas mais importantes, garantindo maior qualidade nos serviços prestados.




FILMES: O CLUBE DA LUTA e O DEMOLIDOR

Perguntas:

  • Quais as visões de sociedade apresentadas nos filmes?

-Clube da luta: o filme mostra, através do personagem principal, a efemeridade das coisas e valores que temos como ideais. "Nossa Grande Guerra é espiritual. Nossa grande Depressão é a nossa vida". Critica o consumismo exagerado que domina a sociedade: "As coisas que você possui acabam te possuindo". O personagem principal vive consternado com sua vidinha medíocre (trabalho mediano, insônia, excesso de trabalho, compras de catálogo) e resolve freqüentar grupos de ajuda para pacientes de doenças sérias e/ou terminais. Nesses grupos ele percebe que sua vida era, em relação à daquelas pessoas, muito boa. Ele podia se soltar e, assim, "a cada noite eu morria. E a cada noite eu renascia", como diz ele. Mas, aparece outra pessoa que, como ele, busca alívio no sofrimento dos outros: Marla. Ele então, indignado por ter outra "turista" nos grupos, para de participar deles de ajuda e, com o intuito de criar uma sociedade onde as pessoas pudessem, a partir da dor e da privação, se livrar dos apegos às coisas materiais, cria o Clube da Luta, que se espalha e acaba virando um exército nas mãos dele (e de seu alter-ego revolucionário e libertário "Tyler Durden"), pronto para destruir e espalhar caos e pânico pelo país, objetivando uma mudança radical de vida da sociedade.

-O demolidor: o filme mostra a sociedade em Los Angeles de 1996, numa situação caótica e violenta. Em contraste, mostra a mesma cidade no futuro (2032), com um modelo de "sociedade perfeita": não se fala palavrão, não se come nada que faça mal à saúde, as leis são seguidas á risca... Mas existem, como em qualquer modelo de sociedade, os excluídos, que não se adaptam às regras estabelecidas (Puxando um pouco da matéria: essa sociedade segue um pouco a tese de Hobbes, na qual a sociedade abre mão de sua liberdade para que seja garantida a vida e a paz, dando poderes absolutos ao Estado, representado pelo Dr. Cocteau, criador da "sociedade ideal").
O prisioneiro Phoenix, condenado por provocar caos e terror no fim do século vinte, congelado numa prisão criogênica, foge e tem a missão de exterminar o líder dos "refugos" (os excluídos). Para impedir Phoenix, descongelam o detetive que o prendeu em 1996, John Spartan, que simpatiza com a causa dos "refugos" e ajuda a derrubar a "sociedade ideal".

  • Quais as soluções apontadas pelos filmes para os problemas da sociedade?

-Clube da luta: mudança radical através do caos e da violência, destruindo todos os resquícios e entraves da sociedade consumista e materialista, para gerar, teoricamente, uma sociedade mais igual.

-O demolidor: medidas drásticas contra a violência, impondo as leis e a execução exata destas, para gerar uma sociedade mais harmônica. Cada vez mais, essas leis vão interferindo na maneira de viver das pessoas, de tal maneira que os costumes e ideais são modelados por tais leis, criadas por algum indivíduo ou grupo que detém o poder de aplicar e mudar essas leis conforme a própria visão de "sociedade perfeita".

  • Quais os problemas da "sociedade perfeita"?

O principal é que a visão de perfeição muda de pessoa para pessoa, de acordo com a época e com os valores vigentes; não se pode simplesmente impor um estilo de sociedade excludente de acordo com a visão de um indivíduo ou de um grupo dominante. (Puxando a matéria: de acordo com Rousseau, essa sociedade só seria realmente perfeita se respeitasse os direitos à vida, à liberdade, à propriedade e à participação política de todos, igualmente.)

  • O que te define como pessoa? (Resposta individual, não sendo passível de critérios generalizados de correção.)


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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Romantismo no Brasil - Características gerais

"Criar uma linguagem verdadeiramente nova, identificada com os padrões mais simples de vida do novo público consumidor, a burguesia, foi tarefa que coube ao Romantismo"
(Linguagens, pag. 12)

Início (marco inicial) do Romantismo no Brasil: 1836, com a obra "Suspiros poéticos e saudade", de Gonçalves de Magalhães.

Características gerais (principais) do Romantismo (no Brasil):
- Simplificação da linguagem (rompendo com as inversões, figuras de linguagens e outros recursos lingüísticos utilizados até o Arcadismo);
- Valorização da Prosódia nacional ("jeito de falar" próprio do país, sonoridade das palavras, "sotaque", conjugações, etc.);
e - Fusão de gêneros literários clássicos (deixa essa pra lá, tá?!)
- Valorização do vocabulário brasileiro (novas gírias e palavras, resultado da fusão de línguas e dialetos com o Português de Portugal).

Pode ser adicionada, também:
- a criação de uma "história" ou de uma "identidade nacional" (através de mitos, heróis, fatos fantásticos que identificassem o país, sua natureza, seu povo, sua história) para o país que se tornava independente de Portugal (Independência em 1822). Esse foi um dos traços essenciais do Romantismo brasileiro: o nacionalismo.
"O Romantismo, além de seu significado primeiro - o de ser uma reação à tradição clássica -, assumiu em nossa literatura a conotação de movimento anticolonialista e antilusitano, ou seja, de rejeição à literatura produzida na época colonial, em virtude do apego dessa produção aos modelos culturais portugueses." (Linguagens, pág. 62)

O Nacionalismo expressava-se, especialmente, na idealização, seja esta do amor, da natureza, do povo brasileiro, do folclore, dos costumes, da língua ou dos povos nativos (indígenas). Esta última corrente teve muito destaque, pois o índio idealizado era como a imagem do cavaleiro medieval europeu: honrado, guerreiro, valente, fiel, leal. Essa analogia ao medievalismo (valorização do cavaleiro medieval) foi chamada de indianismo. (Ver texto – pág. 64, Linguagens.)


Gerações do Romantismo: (página 62, Linguagens)

Só a poesia romântica, e não a prosa, pode ser separada em gerações. Isto porque somente na poesia há características específicas de cada geração (na prosa as características se repetem aleatoriamente em todas as fases/épocas). As três gerações de poetas românticos são:

- primeira geração: marcada pelo nacionalismo (criação da identidade, separação política e ideológica de Portugal), pelo indianismo (idealização do índio semelhante ao medievalismo) e pela religiosidade (elevação do pensamento e da própria poesia a Deus). Destacam-se, nela, Gonçalves de Magalhães (marcou o início do romantismo brasileiro) e Gonçalves Dias (um dos maiores poetas românticos) - ver página 63, Linguagens.

(segunda e terceira geração NÃO CAEM na prova da 2ª etapa, dia 6 de maio).

Importante ressaltar que, apesar das características específicas variarem, é sempre forte no Romantismo a poesia lírica, de amor (a que propriamente denominamos hoje como "romântica"). Tal poesia, porém, agregava as outras características de cada geração; por exemplo, na primeira geração, a poesia lírica muitas vezes trazia, como eu lírico, um indígena (idealizado) ou, como fundo, a natureza brasileira (mesmo que idealizada, também).

Sobre a obra "A Máquina", de Adriana Falcão, relacionada com as características do Romantismo:

- Primeiro ponto importante: a obra não é romântica, apesar de apresentar características românticas.

- Características românticas que podem ser identificadas: o regionalismo (valorização ou, ao menos, identificação com a realidade do povo do Nordeste- isso encontra-se explicitado, para aqueles que tem a edição nova, nos comentários do verso do livro), a valorização da prosódia nacional (o modo como a autora conta a história é própria do brasileiro, mais especificamente de certas regiões- o início da história evidencia essa característica) e, principalmente, o amor idealizado (de Antônio por Karina, especialmente, e vice-versa) que leva o personagem principal a realizar todos os desejos da amada não por proveito próprio mas pelo seu amor por ela.



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domingo, 4 de maio de 2008

Locke, Céticos x Dogmáticos e Descartes

Dedicatória: para Gabriela Cartaxo (2º ano C), que gentilmente me passou a matéria, Henrique Rocha (2º ano D) por emprestar o livro e pra Paula (não, não é a professora!), que é a garota mais linda e gente boa que eu conheço.

Filosofia Política - John Locke (246 a 248, Filosofando)

Contextualizando:
Locke era um médico inglês, filho de burgueses, que viveu no século XVII em meio às mudanças que estavam em curso em seu país. Ficou exilado alguns anos na Holanda por conspirar contra a Coroa na época da Revolução Puritana, que derrubou Carlos I do poder e retornou à Inglaterra no mesmo navio de Guilherme de Orange, futuro monarca inglês. Locke foi um dos idealizadores da Revolução Gloriosa que colocou Guilherme e Maria Stuart no poder, instituindo a Monarquia Parlamentar Inglesa (presente até hoje). Suas idéias influenciaram amplamente os ideais de independência dos Estados Unidos.

Principais idéias/teses:
Contrariando Hobbes, Locke considera que o homem, em seu estado de natureza, não é egoísta e não tende à guerra, como defendia Hobbes. Com isso, Locke vai contra o Absolutismo, propondo (e instituindo, na Inglaterra) uma monarquia parlamentar, onde o poder não se encontra concentrado. Locke é, assim como Hobbes, contratualista, ou seja, ele defende a idéia de que há, entre o Estado e a sociedade como um todo, um contrato que deve ser respeitado para proveito de ambos os lados. Para Hobbes, nesse contrato social o povo abre mão de sua liberdade (o povo entra numa "servidão" política) para que o Estado possa garantir a vida ,a paz e a "liberdade" coletiva; Locke acha que o povo não tem de abrir mão da liberdade (tendo direito à participação política e à revolta, se preciso fosse, contra um Estado opressor) e que o Estado, agindo pelo povo, deve garantir esta liberdade, a vida e a propriedade privada (ele considerava estes três direitos como sendo direitos naturais - jus naturalis - inerentes à natureza e à dignidade do homem). Cabe lembrar que, sendo burguês, ele defendia a propriedade daqueles que já a possuíam, ou seja, aqueles que não a possuíam não teriam direito a ela - tal teoria é extremamente elitista, apesar de liberal.


Correntes filosóficas da modernidade -

1- Ceticismo x Dogmatismo (páginas 54 a 57, Filosofando)
Ceticismo, pelo Dicionário Filosófico, é a concepção segunda a qual o conhecimento do real é impossível à razão humana; o homem deve renunciar às suas certezas (verdades). Cético é todo aquele que questiona todas as idéias conhecidas como verdades, caindo assim numa realidade onde nada é certo, inclusive a própria existência. O ceticismo criticava/critica, em especial, os dogmas: verdades absolutas presentes em certos campos científicos, na religião, na sociedade e na política. Iam contra esse dogmatismo também porque os dogmas nem sempre têm base racional ou lógica, não podendo ser provados exceto por concepções além da razão (fé, por exemplo). Céticos famosos: Pirro de Élida (Antiguidade Clássica) e De La Montaigne.

2- Empirismo
Doutrina ou teoria do conhecimento segundo a qual toda certeza deriva da experiência, da comprovação. Principais empiristas: John Locke, Francis Bacon e David Hume.

3- Racionalismo (páginas 130 e 131, Filosofando)
Doutrina que privilegia a razão dentre todas as faculdades humanas, considerando-a fundamento de todo conhecimento possível. Racionalista de maior renome: René Descartes ("Cogito ergo sum").


Racionalismo - Descartes

Contextualizando: (páginas 5 a 13, Discurso do Método)
Nascido em 1596, o filósofo francês René Descartes estudou, quando jovem, no colégio jesuíta La Flèche, um dos melhores, se não o melhor, colégio de toda a Europa, na época. Largou o colégio aos 19 anos, em 1615, para viajar pela Europa com o intuito de descobrir outras culturas, outras verdades, pois acreditava que não havia aprendido no colégio a verdade propriamente dita, mas, sim, uma repetição dos ensinamentos dos antigos, desde a Idade Média. Serviu no exército de Maurício de Nassau e, depois da carreira militar, dedicou-se à filosofia. Nas suas viagens, escreveu (mais famosos) "Discurso do Método", "Paixões da alma", "Princípios de Filosofia" e "Meditações metafísicas", sendo estes dois últimos numa linguagem mais acadêmica, enquanto os outros dois são obras escritas para a compreensão de um público menos douto, mais leigo.


-Bom senso ou razão (páginas 17 a 19 e 37 a 46, Discurso do Método)
Descartes acredita que o bom senso ou razão (ele não distingue) é a capacidade melhor compartilhada, de tal maneira que todos os homens tem igual capacidade de diferenciar o verdadeiro do falso (universalidade da razão). Apenas a utilização ou aplicação da razão é que muda de acordo com costume, religião, crenças, dogmas e, muitas vezes, tais diferenciações no uso da razão criam conflitos entre os homens, muitas vezes baseados em motivos irracionais. É para evitar tais conflitos de idéias que Descartes procura criar um método universal baseado na razão (independente da cultura, época, religião, crença, sexo que seja utilizado) para guiar a razão, de forma a escapar do erro (ele fala que o erro é consequência do uso equivocado da razão). O método tem como objetivo alcançar a verdade plena, a partir de questionamentos sobre as verdades instituídas como tal (a dúvida é uma das principais bases do método).

Citações:
Sobre o racionalismo:
"O real é, em última análise, racional."
"A capacidade de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso é o que propriamente se denomina bom senso ou razão e é naturalmente igual em todos os homens."
Sobre o método (dúvida):
"Se vós tivésseis um cesto de maçãs dentre as quais várias estivessem podres, contaminando assim as restantes, o que fazer senão esvaziá-lo todo e, tomando cada maçã uma a uma, recolocar as boas no cesto e jogar fora as más"
Nessa frase, as "maçãs" são as verdades instituídas que devem ser questionadas, mantendo aquelas que forem verdadeiras e derrubando as falsas, através da dúvida.