terça-feira, 29 de abril de 2008

Barroco

O Barroco surgiu num contexto de tribulações ideológicas na Europa (fim do séc XVI). Para entender o porquê de seu surgimento, vejamos alguns movimentos que o antecederam:

- 1480, final do século XV: Renascimento
Movimento artístico-filosófico pautado na negação dos ideais medievais, resgatando elementos das culturas Clássicas (Grécia e Roma). Na área ideológica, foram contra as verdades da Igreja Católica, especialmente. Na área estilística, faziam uso de estudos anatômicos e racionais para dar mais precisão e realismo às obras. As pinturas caracterizam-se, no geral, por possuirem uma forma fechada (limites definidos), usarem a luz difusa e triângulos áureos (simetria, equilíbrio visual). Contrário o Renascentismo e paralelo a ele, surgiu o Maneirismo, que retoma o estilo medieval não-realista, distorcendo figuras humanas de modo a colocar mais subjetividade na pintura, ao invés da objetividade racionalista dos Renascentistas. Do maneirismo vêm as técnicas luministas, que seriam muito utilizadas no Barroco.

-1540, aproximadamente: reforma Protestante
Movimento que seccionou a Igreja através de questionamentos dogmáticos e "administrativos" da própria Igreja. Impulsionada por Lutero e, mais tarde, Calvino, esta Reforma baseou-se imensamente nas idéias renascentistas de ruptura com as idéias medievais.

A Igreja, de certa forma fragilizada por esses movimentos (especialmente a Reforma), perde muitos fiéis e é obrigada a agir. Surge então o Barroco, também chamado de arte da Contra-Reforma. Contra-Reforma esta que começou com o Concílio de Trento, reforçando a ação da Santa Inquisição, questionando o protestantismo e confirmando os dogmas de fé. É desse Concílio também a oficialização da Ordem de Jesus, os jesuítas, que seriam responsáveis por espalhar a fé católica e, com ela, a arte barroca.

O homem do barroco vivia num mar de incertezas: fé(emoção) x razão, alma x corpo, prazer x culpa. A arte barroca expressa esses sentimentos, sempre em temáticas mais religiosas, e, nas obras, há um certo exagero de emoções, como havia na mente do homem da época e excesso de elemtentos visuais. Embora haja esse exagero, as obras barrocas são, tendentemente, realistas (naturalistas realistas). Na pintura, elementos característicos que podem ser notados são: a assimetria (diagonais, rebuscamento), a forma aberta (os limites não são definidos) e os luminismos maneiristas (a luz não segue regras e cria, na pintura, uma hierarquia entre os elementos retratados).

No Barroco, podemos observar duas principais vertentes:
- Barroco Católico: Especialmente na Itália, temas quase sempre religiosos. Há rebuscamento, exagero visual, luminismos, forma aberta. Os papas e alguns nobres e burgueses(mecenas) patrocinavam os artistas. Foi difundido com a expansão da fé católica (jesuítas).
- Barroco Protestante: Especialmente na Holanda, temas simples, ligados ao cotidiano (os protestantes acreditavam que o trabalho, no dia-a-dia, era o que salvava a alma). Há simplificação de alguns elementos, a imagem é menos dinâmica, mais limpa, a luz vem quase sempre de alguma janela ou vitral da parte superior esquerda da pintura, a forma é mais delimitada que no barroco protestante. De início não foi tanto difundido quanto o Barroco Católico.


BARROCO NO BRASIL:
Chegou com os jesuítas. É mais evidente nas Igrejas e mosteiros da época do Brasil-Colônia, no Litoral do todo o país e interior de Minas e São Paulo, principalmente.

As igrejas podem ser de 3 diferentes Ordens:

Ordem I: de ordens religiosas masculinas; compostas por seminário, monastério, complexo administrativo, igreja e cemitério. EX: Igrejas dos Jesuítas em Belém e Salvador.
Ordem II: de ordens religiosas femininas; compostas por convento, internato, cemitério, complexo administrativo e igreja. (Um padre de fora celebrava as missas.)
Ordem III: de irmandades/confrarias de leigos, construída por fiéis; compostas por uma igreja, geralmente em homenagem a algum santo e perto de uma Igreja de Ordem Primária. EX: a maior parte das Igrejas de Ouro Preto, MG, é de Ordem Terceira.

Sobre a composição arquitetônica e estilística das Igrejas Barrocas, podemos ver alguns elementos (folha que o professor passou com as figuras):

- Retábulos: decoração rebuscada de altares, sejam estes laterais ou principais. Por ordem de desenvolvimento, existiram quatro estilos principais de retábulos (sendo um deles do estilo Rococó, posterior ao Barroco): Filipino I, Filipino II, Estilo Nacional Português e Joanino.
-Filipino I: baseado nos tratados de arquitetura renascentista(equilíbrio, simetria, proporção).
-Filipino II: inspirado nas fachadas das igrejas românicas (arco pleno sucessivo e concêntrico).
-E.N.Português: colunas em espiral (salomônicas), assim como as colunas do baldaquino(parte central, como que uma tenda para o altar) da Igreja de São Pedro, no Vaticano; panejamento (pequenas cortinas na parte de trás).
-Joanino: é o modelo menos rebuscado do E.N. Português, com áreas azuis e brancas (limpeza visual) e filetes dourados.

- Fachadas das Igrejas: baseadas na "Igreja Mãe", que era a Igreja de Jesus, em Roma. Estas fachadas podem ser mais ou menos rebuscadas, dependendo dos frontões e dos campanários:
-Frontões: parte alta, onde fica a cruz. Pode ser simples (Litoral), ter algumas decorações (Barroco com Volutas) e muitas volutas que se assemelham a plantas ornamentais (Barroco Pleno com volutas recortadas).
-Campanários: torres dos sinos. Podem ser 'triangulares' (piramidais), semi-esféricos no topo (de cúpula) e com bulbos (bulboso, imitando formas naturais, de plantas).

- Talhas: ornamentos esculpidos que revestem a arquitetura. Podem ser em madeira, mármore, pedra ou marfim.
-Talha dourada: recebe fina camada de ouro.
-Talha Policromada: várias camadas coloridas são aplicadas.


Obs: Em todos esses aspectos arquitetônicos, pode haver uma "cor local": elemento cultural nacional ou regional que altera a arte estrangeira. EX: desenho de frutas, plantas ou animais do país/região.


Outra manifestação comum nas Igrejas Barrocas brasileiras é o EX-VOTO: pinturas ou esculturas que retratam um problema e uma graça alcançada que acabou com esse problema. O ex-voto é depositado apenas se a graça for alcançada.

Obras cobradas:
- A Leitora, Jean-Honoré Fragonard
* Tema: Apesar de ser considerada do estilo rococó, a imagem não apresenta os elementos temáticos mais comuns como erotismo, sensualidade e galanteio. Apresenta aristocracia culta e ociosa da época.
* Composição: A obra apresenta duas linhas que enquadram a personagem: uma vertical (canto direito, às costas) e uma horizontal (sob os braços da cadeira). Estas linhas estabilizam a cena. Os elementos que dinamizam a cena são os laços da roupa e as mangas (diagonal, rebuscamento).
* Iluminação: Iluminação lateral da esquerda que cria hierarquia na cena. O fundo é neutro, não havendo perspectiva atmosférica. Não apresenta contrastes de cor, os tons são suavemente sobrepostos.
* Representação social: Mulher concentrada, culta e emancipada (da aristocracia).
* Valor simbólico: Valorização da cultura, do estudo, do deleite.

- Mulher Tapuia, de Albert Eckhout
* Barroco Protestante no Brasil
* O artista retrata a realidade imediata devido a tradição holandesa de retratar o cotidiano.
* O artista retrata os costumes e os tipos étnicos dentro das regras européias de pintura.
* Linha de horizonte baixa para aumentar a figura do primeiro plano.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Bactérias

BACTÉRIAS
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Classificação: Reino Monera
Conseqüências:
- Unicelulares
- Procarióticos (não possuem organelas membranosas nem núcleo definido)
- Possuem parede celular
- Heterotróficos ou Autotróficos (Quimiossintetizantes ou Fotossintetizantes)
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- Existe outra forma de classificar as bactérias, de acordo com o sistema de domínios ao invés de reinos. Os domínios são três: o Eukaria, dos organismos eucarióticos e o Prokaria, dos procarióticos, que foi dividido em dois: o domínio Arqueae e o Bacteria. Neste último está a maior parte das bactérias. No Arqueae estão as bactérias de situações extremas (as halófilas, as termoacidófilas e as metanogênicas).
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Dimensões: na ordem dos micrômetros. Pode ser visto com microscópio óptico.
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Estrutura celular:
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- Parede celular: envoltório que define a forma e o tamanho da bactéria. Garante certa proteção, especialmente contra o excesso de água (que geraria inchamento da célula, levando a bactéria á morte).
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- Membrana plasmática: Delimita a célula. Possui permeabilidade seletiva, podendo selecionar os nutrientes que entram e saem da célula.
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- Mesossomos (ou lamelas): Dobras na membrana plasmática que contêm enzimas responsáveis pela nutrição, fermentação, respiração, entre outras atividades metabólicas que envolvem o meio externo.
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- Organelas protéicas: Sintetizam proteínas (RNA-mensageiro, RNA-transportador, aminoácidos, ribossomos).
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- Flagelos: filamentos protéicos (microtubos revestidos de membrana plasmática) que servem para movimentar a bactéria de acordo com a orientação quimiotáxica (quimiotaxia = orientação através de concentrações químicas do meio).
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- Plasmídeos: fragmentos de DNA que contêm informações genéticas extras (ex: resistência).
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Reprodução:
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- Assexuada: por divisão binária (amitose). Uma bactéria gera duas geneticamente idênticas.
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- "Sexuada": a denominação "reprodução sexuada" é errada pois não há geração de outra bactéria, apenas uma RECOMBINAÇÃO GÊNICA da própria bactéria (alteração das informações genéticas). Pode ocorrer de três formas:
- Transformação: a bactéria capta fragmentos de DNA, geralmente de uma bactéria morta, dispersos no meio. Esses fragmentos podem virar plasmídeos ou incorporar ao DNA bacteriano.
- Transdução: passagem de fragmentos de DNA de uma bactéria para outra através de um vetor, um vírus (apenas o capsídeo, sem o DNA viral).
- Conjugação: passagem de plasmídeos de uma bactérias para outra por meio de uma estrutura denominada pili. (Principais plasmídeos: F - forma a pili; R - de resistência.)
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Esporulação: Espécie de técnica de defesa de algumas bactérias em situações adversas (de temperatura, pressão, etc.) que permite que elas criem uma estrutura de proteção ao redor do material genético. Ao terminar a situação adversa, o espórulo se quebra e a atividade celular volta ao normal.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Vírus

VÍRUS
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Origem do nome: Vírus = Veneno
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Dimensões: 25 a 270 nanômetros - Só pode ser visto com auxilio de microscópio eletrônico.
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Classificação: não entra em nenhum reino por não ser considerado um ser vivo e contrariar o Dogma Central da Biologia (embora haja discussões a respeito desse dilema "vivo-não vivo").
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Estrutura:
- Os vírus são acelulares, logo, não apresentam estruturas celulares.
- Não possuem organelas: seu metabolismo é inexistente.
- São formados do material genético (ácidos nucléicos; DNA ou RNA, raramente ambos), envolvido por um envoltório protéico (protéico = formado de proteínas) denominado capsídio. Podem ou não ter, envolvendo o capsídio, o chamado "envelope", formado por um fragmento da membrana plasmática da célula parasitada.
- São parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, necessitam do metabolismo de uma célula para poderem se replicar (replicação viral).
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Replicação viral: existem três casos de replicação viral. São eles:
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- Vírus de DNA: o DNA viral se une ao DNA da célula parasitada (DNA reconhece DNA), gerando um próvirus. Esse próvirus dá origem a DNA viral e a RNA-mensageiro viral. Esse RNA-mensageiro sintetiza proteínas virais que irão formar capsídeos. Esses capsídeos vão servir para a "montagem" de novos vírus junto com o DNA viral replicado.
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- Vírus de RNA: o DNA da célula não reconhece RNA, então não há formação de pró-vírus. O RNA viral dá origem a mais RNA viral e a RNA-mensageiro viral, que sintetiza proteínas virais para a formação de capsídeos.
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- Retrovírus, de RNA: o RNA viral transforma-se em DNA viral com a ação de um elemento chamado transcriptase reversa. Esse DNA viral se une ao DNA da célula parasitada, formando o próvirus. Este, por sua vez, gera DNA viral e RNA-mensageiro viral, que sintetiza proteínas virais para a formação do capsídeo e da transcriptase reversa.
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OBS.: É na replicação que os vírus contrariam o Dogma Central da Biologia, que diz que DNA, por transcrição, gera RNA-mensageiro e este, através de tradução, gera proteínas. O mesmo DNA, por replicação, só pode gerar DNA. No retrovírus, isto não acontece: o RNA viral passa por uma transcrição reversa (pela ação da transcriptase reversa) e se transforma em DNA viral. Esse é outro motivo que é apresentado para colocar o vírus fora dos grupos de seres vivos.
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Ciclos de replicação viral:
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- Ciclo lítico (vírus de RNA só fazem ciclo lítico):
- Multiplicação de partículas virais e formação de vírions (DNA viral replicado + capsídeo).
- Morte celular (ou quebra celular ou lise da célula).
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- Ciclo lisogênico (vírus de DNA e retrovírus):
- Multiplicação dos próvirus a partir do processo de divisão celular da célula parasitada.
- Não há alteração no funcionamento da célula.
- O material genético viral fica inativo.
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OBS.: O material genético pode ser ativado pelo metabolismo da célula e esse vírus pode passar do ciclo lisogênico para o ciclo lítico. A insfestação, nesse caso, pode atingir patamares elevados, já que, estando no ciclo lisogênico o vírus se espalha bastante por estar inativo e não ativar as defesas do organismo. Estando alastrado, ao entrar no ciclo lítico, os estragos podem ser muito piores do que se ele não tivesse passado pelo ciclo lisogênico.

Reinos dos Seres Vivos

Um pouco de História:
- Década de 60: o biólogo norte-americano Copeland sugeriu a divisão dos seres vivos em 4 reinos: Animal (animais), Planta (plantas, vegetais), Protista (protozoários, algas microscópicas e fungos) e Monera (bactérias).
- 1969: Whittaker apoiou a divisão de Copeland, apenas criando mais um reino exclusivo para os fungos, o reino Fungi, retirando esses organismos do reino Protista. Ele punha as algas de grande porte no reino Planta e, no reino Protista, ficavam as algas unicelulares e multicelulares de pequeno porte junto com outros organismos eucarióticos unicelulares.
-Década de 80: Margulis e Schwartz reconheceram os cinco reinos de Copeland e Whittaker, apenas redefinindo os limites do reino Protista, chamando-o de Protoctista e incluindo todas as algas, não só as de pequeno porte.
-Atualmente: pensa-se em refazer a divisão em super-reinos ou em domínios (ver pag 243 do AMABIS), mas a nomenclatura mais aceita é a de cinco reinos de Whittaker com as modificações de Margulis e Schwartz: Protoctista, Fungi, Plantae, Animali e Monera.

Características dos Reinos:

REINO MONERA (Bactérias)
- Organismos unicelulares
- Procarióticos (Não possuem organelas membranosas nem núcleo definido)
- Possuem parede celular
- Heterotróficos ou Autotróficos
- Fotossintetizantes
- Quimiossintetizantes

REINO FUNGI (Fungos)
- Organismos uni ou multicelulares
- Eucarióticos (possuem organelas membranosas e núcleo definido)
- Possuem parede celular
- Heterotróficos


REINO PROTOCTISTA
Protozoários e Algas
- Unicelulares - Uni ou multicelulares
- Eucarióticos - Eucarióticos
- Sem parede celular - Maior parte possui parede celular
- Heterotróficos - Maior parte heterotrófica


REINO PLANTAE, VEGETAL OU METAPHITA (Plantas)
- Multicelulares
- Eucarióticos
- Possuem parede celular
- Autotróficos > Fotossintetizantes
- Embrião dependente do progenitor

REINO ANIMALIA, ANIMAL OU METAZOA (Animais)
- Multicelulares
- Eucarióticos
- Heterotróficos
- Passam por uma fase de blástula

Reino PLANTAE (I)

Reino das Plantas

- Características Gerais:
- Organismos de organização celular eucariótica (têm organelas membranosas e um núcleo envolvendo o material genético);
- Nutrição autotrófica, através da fotossíntese;
- Possuem parede celular (composta de celulose);
- Têm reservas de amido
e - São cormófitas (contrário de talófitas), ou seja, formam tecidos e órgãos; logo, têm divisões corporais especializadas (raiz, caule, folha, etc.).

O Reino Plantae é dividido em 12 filos, que são divididos em quatro grupos que agregam certas semelhanças. São eles:

-BRIÓFITAS: plantas de porte pequeno, sem sementes, sem flor nem fruto. (3 filos)
-PTERIDÓFITAS: porte médio, sem sementes, sem flor nem fruto. (4 filos)
-GIMNOSPERMAS: porte grande, com sementes, sem flor nem fruto. (4 filos)
-ANGIOSPERMAS: porte variado, com semente, flor e fruto. (1 filo)

Obs: essa ordem dos grupos é por "aparecimento" evolutivo.
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BRIÓFITAS
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Plantas de pequeno porte, como o musgo ou o lodo. Seu pequeno porte é explicado por serem plantas avasculares (atraqueófitas), ou seja, que não possuem vasos (xilema e floema) condutores de substâncias nutritivas (seiva), por exemplo. Por não terem vasos, o transporte dessas substâncias é feito por difusão (processo lento), célula a célula, não permitindo um porte maior dessas plantas.
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Como são avasculares, as briófitas não têm raiz nem caule nem folha. Ao invés de tais órgãos, elas possuem rizóide, caulóide e filóide, que têm as mesmas funções de raiz, caule e folha, mas são avasculares.
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As briófitas são plantas criptógamas (ao pé da letra, "gameta escondido"), ou seja, seu órgão reprodutor é pouco visível (as briófitas não tem flor nem cone - "genérico" da flor). Os gametas das briófitas são o anterozóide (masculino) e a oosfera (feminino) e eles só se encontram (se fecundam) na presença de água, pois o anterozóide é um gameta natante flagelado que literalmente nada até a oosfera para fecundá-la. Daí o porquê das briófitas serem encontradas em ambientes úmidos: a dependência de água na fecundação.
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Assim como todas as plantas, o ciclo das briófitas é marcado pela alternância de gerações entre uma geração haplóide (n) e uma diplóide (2n). Nas plantas, dá-se o nome de gametófito à geração haplóide e o nome de esporófito à geração diplóide. Quando as duas gerações têm a mesma forma, diz-se que a alternância é isomórfica e,quando têm formas diferentes, diz-se que é heteromórfica e a geração mais complexa e que tem mais longevidade é chamada geração dominante. Nas briófitas o que ocorre é a alternância heteromórfica e a geração dominante é a do gametófito.
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Alternância de Gerações:
Ciclo de vida detalhado nas páginas 302 e 303 do AMABIS.
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PTERIDÓFITAS
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Plantas como a samambaia e a avenca, geralmente de porte médio.Ao pé da letra, pteridófita significa "planta com asas", nome que vem do formato arqueado de suas folhas. Têm porte maior que as briófitas porque, diferentemente das briófitas, elas são plantas vasculares, ou seja, possuem vasos condutores de substâncias (xilema conduz seiva bruta -água e sais- e floema conduz seiva elaborada - água e açúcar).
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As pteridófitas, sendo vasculares (o que é uma adaptação para a vida terrestre - especialmente o xilema), possuem partes mais complexas e desenvolvidas do corpo. Seu corpo (o da geração dominante) é composto de:
- Raiz
- Rizoma (caule subterrâneo que cresce na vertical)
- Báculos ("pré-folhas", parecem pequenos cajados)
- Folhas (ramificações que saem direto do caule)
- Folíolos (divisões menores da folha que costumamos confundir com a própria folha)
- Soros (pequenas "bolinhas" presentes nos folíolos, aonde se encontram os esporângios)
- Esporângios (pequeninos órgãos presentes nos folíolos, geradores de esporos)
- Esporos (formados por meiose, são minúsculos. responsáveis pela geração dos gametófitos)
Obs: por não terem órgão reprodutor nítido/macroscópico, são plantas criptógamas, assim como as briófitas.
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Assim como as briófitas e o resto das plantas, as pteridófitas têm, como ciclo de vida, a alternância de gerações que é, novamente como as briófitas, heteromórfica. Mas, diferindo das briófitas, a geração dominante das pteridófitas é o esporófito(2n), o que acontece com todas à partir (evolutivamente) das pteridófitas, enquanto o gametófito tende a ir desaparecendo (redução gametofítica). Dependendo da espécie de pteridófita, podem ocorrer dois ciclos: um que chamamos de isosporado (esporos de mesmo sexo) e um que tem o nome de heterosporado (esporos de sexos diferentes).
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No ciclo isosporado:
Esporófito(2n) > Soros > Esporângios > Esporos(n) > Protálo (Gametófito, n) (hermafrodita) > Gametas(n) > anterozóide e oosfera (ambos n) > Zigoto(2n) > Esporófito
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No ciclo heterosporado:
Esporófito gera > Micrósporo > Gametófito masculino(n) > Anterozóide...
e também gera > Megásporo > Gametófito feminino(n) > Oosfera...
...Anterozóide + Oosfera > Zigoto(2n) > Esporófito(2n)
Obs: a vantagem desse ciclo é a maior variabilidade genética da espécia, ocasionada pela fecundação cruzada dos zigotos.
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GIMNOSPERMAS
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Ao pé da letra, gimnosperma significa "semente nua". Esse grupo envolve espécies de porte grande com semente, mas sem flor nem fruto, como as coníferas (no Brasil, as principais são as araucárias). Essas espécies têm certas adaptações ao frio, como o formato do corpo e das folhas, logo, são encontradas especialmente em ambientes de temperaturas baixas. A partir do porte grande, podemos concluir que as gimnospermas são, como as pteridófitas, vasculares.
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Elas, apesar de não terem frutos, possuem uma estrutura chamada de cone ou estróbilo (a pinha de natal do pinheiro), que é o próprio órgão reprodutor dessas plantas. Por ter esse órgão visível (macroscópico), são chamadas de fanerógamas (contrário de criptógamas, como as briófitas e pteridófitas). Como esses cones não são hermafroditos, ou seja, geram esporos de sexo distinto, o ciclo de vida das gimnospermas, que também é por alternância de gerações, é sempre heterosporado. Essa alternância de gerações é pouco nítida nas gimnospermas pois o gametófito é muito reduzido, seguindo a tendência evolutiva da redução gametofítica.
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Os esporos gerados por meiose pelos cones são como no ciclo heterosporado das pteridófitas: micrósporos (geram gametófitos masculinos) e megásporos (geram gametófitos femininos). Para que haja a fecundação (chamada nas gimnospermas de polinização), não é mais necessária a água, como nos grupos anteriores. Por não mais depender de água para fecundar, o gameta masculino não é mais o anterozóide (gameta natante, flagelado). Agora a polinização independe da água, mas depende do vento para que o pólen saia do cone masculino e alcance o cone feminino (anemofilia = dependência do vento para haver fecundação).
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(Matéria da prova até aqui.)