quarta-feira, 16 de abril de 2008

Reino PLANTAE (I)

Reino das Plantas

- Características Gerais:
- Organismos de organização celular eucariótica (têm organelas membranosas e um núcleo envolvendo o material genético);
- Nutrição autotrófica, através da fotossíntese;
- Possuem parede celular (composta de celulose);
- Têm reservas de amido
e - São cormófitas (contrário de talófitas), ou seja, formam tecidos e órgãos; logo, têm divisões corporais especializadas (raiz, caule, folha, etc.).

O Reino Plantae é dividido em 12 filos, que são divididos em quatro grupos que agregam certas semelhanças. São eles:

-BRIÓFITAS: plantas de porte pequeno, sem sementes, sem flor nem fruto. (3 filos)
-PTERIDÓFITAS: porte médio, sem sementes, sem flor nem fruto. (4 filos)
-GIMNOSPERMAS: porte grande, com sementes, sem flor nem fruto. (4 filos)
-ANGIOSPERMAS: porte variado, com semente, flor e fruto. (1 filo)

Obs: essa ordem dos grupos é por "aparecimento" evolutivo.
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BRIÓFITAS
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Plantas de pequeno porte, como o musgo ou o lodo. Seu pequeno porte é explicado por serem plantas avasculares (atraqueófitas), ou seja, que não possuem vasos (xilema e floema) condutores de substâncias nutritivas (seiva), por exemplo. Por não terem vasos, o transporte dessas substâncias é feito por difusão (processo lento), célula a célula, não permitindo um porte maior dessas plantas.
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Como são avasculares, as briófitas não têm raiz nem caule nem folha. Ao invés de tais órgãos, elas possuem rizóide, caulóide e filóide, que têm as mesmas funções de raiz, caule e folha, mas são avasculares.
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As briófitas são plantas criptógamas (ao pé da letra, "gameta escondido"), ou seja, seu órgão reprodutor é pouco visível (as briófitas não tem flor nem cone - "genérico" da flor). Os gametas das briófitas são o anterozóide (masculino) e a oosfera (feminino) e eles só se encontram (se fecundam) na presença de água, pois o anterozóide é um gameta natante flagelado que literalmente nada até a oosfera para fecundá-la. Daí o porquê das briófitas serem encontradas em ambientes úmidos: a dependência de água na fecundação.
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Assim como todas as plantas, o ciclo das briófitas é marcado pela alternância de gerações entre uma geração haplóide (n) e uma diplóide (2n). Nas plantas, dá-se o nome de gametófito à geração haplóide e o nome de esporófito à geração diplóide. Quando as duas gerações têm a mesma forma, diz-se que a alternância é isomórfica e,quando têm formas diferentes, diz-se que é heteromórfica e a geração mais complexa e que tem mais longevidade é chamada geração dominante. Nas briófitas o que ocorre é a alternância heteromórfica e a geração dominante é a do gametófito.
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Alternância de Gerações:
Ciclo de vida detalhado nas páginas 302 e 303 do AMABIS.
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PTERIDÓFITAS
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Plantas como a samambaia e a avenca, geralmente de porte médio.Ao pé da letra, pteridófita significa "planta com asas", nome que vem do formato arqueado de suas folhas. Têm porte maior que as briófitas porque, diferentemente das briófitas, elas são plantas vasculares, ou seja, possuem vasos condutores de substâncias (xilema conduz seiva bruta -água e sais- e floema conduz seiva elaborada - água e açúcar).
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As pteridófitas, sendo vasculares (o que é uma adaptação para a vida terrestre - especialmente o xilema), possuem partes mais complexas e desenvolvidas do corpo. Seu corpo (o da geração dominante) é composto de:
- Raiz
- Rizoma (caule subterrâneo que cresce na vertical)
- Báculos ("pré-folhas", parecem pequenos cajados)
- Folhas (ramificações que saem direto do caule)
- Folíolos (divisões menores da folha que costumamos confundir com a própria folha)
- Soros (pequenas "bolinhas" presentes nos folíolos, aonde se encontram os esporângios)
- Esporângios (pequeninos órgãos presentes nos folíolos, geradores de esporos)
- Esporos (formados por meiose, são minúsculos. responsáveis pela geração dos gametófitos)
Obs: por não terem órgão reprodutor nítido/macroscópico, são plantas criptógamas, assim como as briófitas.
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Assim como as briófitas e o resto das plantas, as pteridófitas têm, como ciclo de vida, a alternância de gerações que é, novamente como as briófitas, heteromórfica. Mas, diferindo das briófitas, a geração dominante das pteridófitas é o esporófito(2n), o que acontece com todas à partir (evolutivamente) das pteridófitas, enquanto o gametófito tende a ir desaparecendo (redução gametofítica). Dependendo da espécie de pteridófita, podem ocorrer dois ciclos: um que chamamos de isosporado (esporos de mesmo sexo) e um que tem o nome de heterosporado (esporos de sexos diferentes).
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No ciclo isosporado:
Esporófito(2n) > Soros > Esporângios > Esporos(n) > Protálo (Gametófito, n) (hermafrodita) > Gametas(n) > anterozóide e oosfera (ambos n) > Zigoto(2n) > Esporófito
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No ciclo heterosporado:
Esporófito gera > Micrósporo > Gametófito masculino(n) > Anterozóide...
e também gera > Megásporo > Gametófito feminino(n) > Oosfera...
...Anterozóide + Oosfera > Zigoto(2n) > Esporófito(2n)
Obs: a vantagem desse ciclo é a maior variabilidade genética da espécia, ocasionada pela fecundação cruzada dos zigotos.
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GIMNOSPERMAS
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Ao pé da letra, gimnosperma significa "semente nua". Esse grupo envolve espécies de porte grande com semente, mas sem flor nem fruto, como as coníferas (no Brasil, as principais são as araucárias). Essas espécies têm certas adaptações ao frio, como o formato do corpo e das folhas, logo, são encontradas especialmente em ambientes de temperaturas baixas. A partir do porte grande, podemos concluir que as gimnospermas são, como as pteridófitas, vasculares.
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Elas, apesar de não terem frutos, possuem uma estrutura chamada de cone ou estróbilo (a pinha de natal do pinheiro), que é o próprio órgão reprodutor dessas plantas. Por ter esse órgão visível (macroscópico), são chamadas de fanerógamas (contrário de criptógamas, como as briófitas e pteridófitas). Como esses cones não são hermafroditos, ou seja, geram esporos de sexo distinto, o ciclo de vida das gimnospermas, que também é por alternância de gerações, é sempre heterosporado. Essa alternância de gerações é pouco nítida nas gimnospermas pois o gametófito é muito reduzido, seguindo a tendência evolutiva da redução gametofítica.
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Os esporos gerados por meiose pelos cones são como no ciclo heterosporado das pteridófitas: micrósporos (geram gametófitos masculinos) e megásporos (geram gametófitos femininos). Para que haja a fecundação (chamada nas gimnospermas de polinização), não é mais necessária a água, como nos grupos anteriores. Por não mais depender de água para fecundar, o gameta masculino não é mais o anterozóide (gameta natante, flagelado). Agora a polinização independe da água, mas depende do vento para que o pólen saia do cone masculino e alcance o cone feminino (anemofilia = dependência do vento para haver fecundação).
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(Matéria da prova até aqui.)

5 comentários:

Unknown disse...

OPS!!!!
GIMNOSPERMA TEM FLOR, SIM!!!! Diferencia-se das angiospermas, pelas SEMENTES que NÃO estão contidas em FRUTOS.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Foi dito: "Obs: a vantagem desse ciclo (esporofítico) é a maior variabilidade genética da espécia, ocasionada pela fecundação cruzada dos zigotos."
Fecundação dos ZIGOTOS????????????
Não seria fecundação dos GAMETAS masculino e feminino que por sucessivas MITOSES, formam o ZIGOTO?!?!?

Unknown disse...

O ESTRÓBILO das gimnospermas é a própria FLOR.

Félix, parabéns pela iniciativa do seu blog, pois está bem didático. Só falta corrigir esses detalhes. Abraços. Danielle.

Mateus Félix disse...

Danielle,
muito obrigado pelos comentários. Realmente existem vários erros na parte de gimnosperma, mas é porque eu fiz esse resumo antes de ver essa matéria, no início do ano passado. Nos resumos mais "recentes", os posteriores, em que falo de plantas, os erros estão devidamente corrigidos.
Grato,
Félix