Resumo de Biologia - Fernando
Filo Echinodermata - Equinodermos
Os equinodermos representam um grupo bem pequeno de animais, se comparados aos artrópodes; seu habitat é restrito a ambientes marinhos, perfazendo cerca de 6 mil espécies descritas, das quais as mais conhecidas são de ouriços, ofiúros, estrelas-do-mar, entre outras, sendo todas de vida livre. É um grupo de caracterização relativamente simples:
- sua pele é coberta por espinhos (daí o nome: echino=espinho, derme=pele);
- são triblásticos, celomados e deuterostomados (o blastóporo embrionário gera o ânus, o que garante a presença de um sistema digestório completo);
- têm simetria bilateral, radial (ouriços) ou pentaradial (estrelas-do-mar).
Organização Geral
Os equinodermos apresentam um esqueleto sob a derme (endoesqueleto) formato pela mesoderme, de estruturação calcária (carbonato de cálcio). Há presença de espinhos articulares que saem do esqueleto (sob a derme), pedicelárias ( estruturas externas para limpeza) e pápulas (regiões aonde a não há placa calcária, responsáveis pela respiração e excreção).
A parte complicada vem agora: o sistema hidrovascular ou de pés ambulacrais, que é componente de quase todos os sistemas vitais dos equinodermos. O sistema ambulacral funciona da seguinte maneira: uma estrutura chamada madreporito (ou placa madrepórica) é ligada a um canal circular, ligado a canais radiais que se ligam às extremidades do corpo do animal e, deles, saem os pés ambulacrais. Ok, Félix, até aí você só falou o óbvio. O sistema funciona da seguinte maneira: controlando a entrada e saída de água pelo madreporito, criam-se diferenças de pressão dentro dos pés ambulacrais, que são compostos por duas estruturas: uma "bolsa" de água (ampola) ligada ao meio externo por um poro (ventosa). Tá, e o quê isso faz de bom? Com a retirada de água da ampola, cria-se uma diferença de pressão que faz a ventosa contrair e se prender ao substrato. Com a liberação de água para a ampola, ã diferença de pressão se inverte e a ventosa relaxa, "soltando" o substrato (a superfície). Agora, imagine isso acontecendo em sequência pelo corpo do animal, em série: gera a movimentação (ele estica, prende as ventosas da frente e solta as de trás, indo para frente). Além da locomoção, o sistema ambulacrário é responsável pela fixação ao substrato, ajuda na captura de alimento, na respiração (de alguns) e na excreção.
Os indivíduos desse filo apresentam sistema digestório completo (com tubo aberto boca-ânus, regiões diferenciadas e glândulas anexas que auxiliam na digestão dos alimentos), com digestão puramente extracelular. Seu sistema circulatório é ausente (distribuição de gases pelo líquido celômico) e as trocas gasosas são realizadas por brânquias (em algumas espécies) ou apenas pelo sistema hidrovascular e pápulas. A excreção é realizada pelo sistema hidrovascular, que leva os resíduos às pápulas, que os eliminam no meio.
O sistema nervoso é bem simples: um cordão nervoso circular circunda a região próxima à boca e se liga a nervos radiais que percorrem a extremidade dos indivíduos. Associado ao sistema nervoso temos o sistema sensorial, com quimio/mecanorreceptores (espinhos e "pele") ao redor da boca e dos pés ambulacrais.
A perpetuação das espécies de equinodermos ocorre com fecundação externa e desenvolvimento indireto de um embrião gerado por espécies exclusivamente dióicas (que têm sexo definido, "belezoca?").
Como as classes de equinodermos ele disse que nem ia cobrar, nem vou colocar aqui. Apenas uma coisa é bom dizer: praticamente todo animal cujo nome for X-do-mar, é equinodermo (batata-do-mar, bolacha-do-mar, pepino-do-mar, lírios-do-mar, e por aí vai).
Filo Chordata - Cordados
Os cordados representam, junto com os artrópodes, um dos filos que mais de adaptou à vida no planeta, espalhando-se espantosamente por todas as partes do globo, nos mais diversos tipos de ambiente, até porque nós somos cordados. Características gerais do filo:
- animais triblásticos, celomados, deuterostomados (blastóporo gera o ânus) e metamerizados (têm o corpo dividido em partes especializadas, como os artrópodes);
- apresentam, durante o desenvolvimento embrionário: tubo nervoso dorsal, notocorda (sustentação do embrião), fendas faringianas e cauda pós-anal.
São cerca de 45 mil espécies descritas, divididas em 3 subfilos:
- Urocordados: animais sésseis filtradores, representados pelas ascídias. Vivem em ambientes aquáticos. Quando larvas, possuem natação livre, espalhando-se pelo substrato com mais facilidade.
Sistema digestório: completo e com digestão extracelular, que ocorre no estômago e no intestino, tendo os nutrientes distribuídos pela hemolinfa ("sangue").
Sistema circulatório: aberto; o coração bombeia a hemolinfa para as sinusóides ("cesta" respiratória derivada das fendas faringianas, responsável pela filtração da água que entra no indivíduo), aonde ocorrem as trocas gasosas e eliminação de resíduos metabólicos.
Sistema sensorial: nas larvas um tubo sensorial percorre toda a cauda, e nos adultos se limita a um gânglio sob a faringe, além de receptores de toque ao redor dos sifões (inalante e exalante, que captam e expelem água).
Reprodução: espécies hermafroditas (monóicas), com fecundação externa e desenvolvimento indireto (com fase larval, na qual a larva é sustentada por uma notocorda e com uma cauda musculosa -natação livre).
- Cefalocordados: animais marinhos de corpo achatado (fusiforme), sem diferenciação de cabeça e com cirros bucais (pseudo-boca) mais um atrióporo (expulsão de zigotos - células reprodutivas). Os principais rerpresentantes são os anfioxos.
Sistema digestório: completo e com digestão tanto intra quanto extracelular, ocorrerndo no intestino.
Sistema circulatório: fechado, com um vaso pulsátil central (pseudo-coração) e sangue sem pigmento respiratório.
Sistema respiratório: trocas gasosas ocorrem nas fendas faringianas.
Sistema excretor: composto por protonefrídios na região da faringe, com eliminação de resíduos metabólicos pelo atrióporo.
Sistema sensorial: tubo dorsal (embrionário) com pequena dilatação na porção anterior, formando uma vesícula cerebral. Os indivíduos são capazes de detectar luminosidade, toque, cheiro e gosto (relativo).
Reprodução: espécies com sexo definido (dióicas), fecundação externa e fase larval (des. indireto).
- Craniados: o subfilo mais diverso, dividido em duas superclasses: os agnatos e os gnatostomados.
- Agnatos: são os craniados sem mandíbula, com esqueleto puramente cartilaginoso, sem escamas. Movimentam-se por nadadeiras dorsais e caudais. Sua boca é circular e suas brânquias se abrem em orifícios laterais. Principais representantes: lampreias (parasitas de peixes) e peixes-bruxa.
- Gnatostomados: por serem a superclasse com maior variedade de espécies e características, são separados em 6 classes, das quais nós veremos 5: condríctes, osteíctes, anfíbios, répteis, aves (e os mamíferos, vistos depois).
- Condríctes: são os peixes cartilaginosos, mas especialmente os tubarões, as arraias (junto com os tubarões, formam a subclasse dos elasmobrânquios) e as quimeras (holocéfalos). São cerca de 780 espécies descritas.
Exceto as quimeras, possuem escamas sob a epiderme, em forma de dentículos dérmicos (se passar a mão na pele de um tubarão no sentido contrário, sentirá como se fosse uma superfície áspera).
Sistema digestório: completo, termina numa cloaca (orifício excretor + final do tubo digestório).
Sistema respiratório: branquial, com presença de opérculo nas quimeras (osso que cobre as brânquias).
Sistema circulatório: fechado, com circulação simples (coração – pulmão – corpo - coração). O coração só tem um átrio e um ventrículo, ocorrendo mistura de sangue limpo com sangue sujo (arterial e venoso), diminuindo muito a eficiência de trocas gasosas.
Sistema excretor: os rins filtram o sangue, retirando amônia, eliminada pela cloaca
Sistema nervoso centralizado com SNC e SNP bem definidos. As Ampolas de Lorenzini conferem equilíbrio.
Reprodução: ocorre fecundação interna (clasper: estrutura de "inserção" de zigotos na fêmea) ou externa, com desenvolvimento direto. Espécies dióicas, com representantes vivíparos (crescimento do embrião dentro do útero da fêmea), ovíparos (botam ovos) e ovovivíparos (ovos crescem internamente na fêmea).
- Osteíctes: peixes ósseos, cerca de 20 mil espécies descritas. Além do esqueleto, diferenciam-se dos cartilaginosos por terem uma espécie de "bóia" interna, que os permite regular sua profundidade sem exercer muito esforço: a bexiga natatória. Nos peixes dipnóicos (pulmonados), a bexiga natatória une-se ao esôfago, transformando-se em pulmão.
Sistema de sustentação: esqueleto axial (crânio e coluna) + esqueleto apendicular (as "espinhas" do peixe). A pele é coberta por escamas que se encaixam como telhas. (Tanto os peixes ósseos como os cartilaginosos têm um muco sobre as escamas que auxilia a movimentação).
Sistema digestório: completo, terminação no ânus.
Sistema respiratório: branquial, com presença de opérculos (o peixe não precisa se movimentar para respirar, pois o opérculo se abre e fecha, regulando a entrada de água na boca.
Sistema circulatório: fechado, com circulação simples (coração-pulmão-corpo-coração). O coração só tem um átrio e um ventrículo, ocorrendo mistura de sangue limpo com sangue sujo (arterial e venoso), diminuindo muito a eficiência de trocas gasosas.
Sistema excretor: os rins filtram o sangue, retirando amônia, eliminada pela cloaca (união das aberturas dos sistemas digestório, excretor e reprodutor). A liberação de amônia gera muita perda de água (amônia é muito solúvel), mas como os peixes estão DENTRO da água, acho que não deve fazer muita diferença pra eles.
Sistema nervoso centralizado, com SNC e SNP bem definidos. A linha lateral, que circunda o corpo do peixe, confere-lhe equilíbrio, assim como nossa orelha interna.
Reprodução externa, com desenvolvimento direto, sem fase larval. Espécies dióicas, com representantes ovíparos, vivíparos e ovovivíparos.
- Anfíbios: seres que vivem em dois meios durante a vida (fase larval aquática e fase adulta adaptada a terra firme - ambientes úmidos). Têm alta dependência de água, por ter a pele muito pouco queratinizada (queratina - defesa contra perda de água), com glândulas produtoras de muco (umedecer a pele) e de veneno. São animais ectotérmicos, que não tem controle sobre a temperatura corporal, variando de metabolismo de acordo com a temperatura do meio (preferem locais de sombra e úmidos).
Sistema digestório: completo, abrindo-se numa cloaca
Sistema respiratório: branquial (fase larval) e pulmonar (na fase adulta, com auxílio cutâneo).
Sistema circulatório: fechado, com circulação dupla (coração – pulmão - coração e coração – corpo - coração). Coração com 3 cavidades: 2 átrios e um ventrículo, ocorrendo mistura de sangue (baixa eficiência de trocas gasosas).
Sistema excretor: os rins filtram o sangue e excretam uréia (perda menor de água, já que a uréia é pouco solúvel em água) pela cloaca.
Sistema nervoso: encéfalo - audição e visão bem desenvolvidas.
Reprodução: espécies dióicas, fecundação externa e desenvolvimento indireto. Os ovos não têm casca calcária, facilitando as trocas entre o embrião e o meio, mas com pouca resistência.
Ordens: apoda (cobras-cegas), urodela (salamandra - 4 patas e cauda longa) e anura (rã, sapo e perereca - 4 patas, sem cauda).
- Répteis: animais adaptados à vida terrestre (algumas espécies aquáticas); pele seca e queratinizada (sem glândulas mucosas), com escamas. Animais ectotérmicos, variam de metabolismo de acordo com a temperatura do meio. Outra adaptação à vida terrestre são os ovos com casca calcária e com estruturas anexas, permitindo que fiquem fora d'água.
Sistema digestório: completo, abre-se numa cloaca.
Sistema respiratório: exclusivamente pulmonar.
Sistema circulatório: fechado, com circulação dupla e incompleta (coração com 2 átrios e um ventrículo parcialmente dividido, diminuindo a mistura de sangue.
Sistema excretor: rins filtram o sangue e retiram ácido úrico (também pouco solúvel em água, diminuindo a perda d'água. O ácido é eliminado peela cloaca.
Sistema nervoso: encéfalo - olfato, paladar e mecanorreceptores bem desenvolvidos (percepção de calor através da fosseta loreal - cobras).
Reprodução: espécies dióicas, fecundação interna, desenvolvimento direto dentro do ovo, que apresenta estruturas para armazenamento de excretas, nutrição e proteção do embrião, além da defesa física da casca calcária.
Ordens: rhyncocephalia (duas espécies, parecidas com lagartos, tartarugas e aves, em certos aspectos), chelonia (tartarugas e cágados - carapaça=união de vértebras e costelas), Squamata (lagartos e cobras), crocodylia (coração com 4 cavidades, mas com mistura de sangue na artéria, ligada a uma veia).
- Aves: animais distribuídos por todas as regiões do planeta, com capacidade de vôo (algumas perderam: galinhas, por exemplo); pele seca e queratinizada, com apenas um glândula (uropigiana, confere impermeabilidade e oleosidade). São endotérmicos, o que lhes permite independência em relação à temperatura do meio, mas gera um gasto energético muito alto (que vale a pena). Seus ovos são como os dos répteis.
Sistema digestório: completo, abre-se numa cloaca. Sem dentes, com uma estrutura (papo) que produz um líquido nutritivo; estômago dividido em proventrículo (glandular) e moela (muscular).
Sistema respiratório: fluxo unidirecional e constante, com armazenamento do ar em sacos aéreos, que aumentam a flutuabilidade e o controle térmico do corpo.
Sistema circulatório: fechado, com circulação dupla e completa; coração com 4 cavidades, sem mistura de sangue (maior eficácia das trocas gasosas e metabolismo mais acelerado).
Sistema excretor: os rins filtram o sangue retirando ácido úrico (organismos uricotélicos - nas outras classes eu esqueci, mas é só colocar o nome do composto +télico para dizer a característica da excreção de cada um). As excretas são eliminadas na cloaca,
Sistema nervoso: encéfalo - visão e audição bem desenvolvidos.
Reprodução: espécies dióicas, com fecundação interna e desenvolvimento direto. O ovo é similar aos dos répteis. Os processos de corte (o macho "paquera" a fêmea, para acasalarem - dança de acasalamento e coisas assim).
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