quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Penúltimo do Cássio

Ô povinho insistente, viu?! OK, ok eu faço o resumo do Cássio, porque tá tudo mundo dizendo que o blog tá confuso.


Casos dos Países Platinos (banhados pelo Rio da Prata, ex- Vice Reino do Prata)

  • Argentina e Uruguai
De 1810 a 1816, a Argentina passou por um processo de libertação dos espanhóis, liderada pelo líder militar San Martin. Com a expulsão dos colonizadores, foi feito um congresso revolucionário na província interiorana de Tucuman e, nele, proclamada a Independência da Argentina e a criação da República das Províncias Unidas do Rio da Prata. O ideal da elite criolla de Buenos Aires (província Central) era manter unidos Argentina, Uruguai e Paraguai, mas esse desejo não se concretizou e a Argentina ficou separada e independente.

De 1816 a 1862, ocorreu o processo de formação e consolidação do Estado Nacional argentino, que enfrentou problemas internos (unitaristas, que queriam a centralização em Buenos Aires, e autonomistas, que queriam mais autonomia para as províncias do interior) e problemas externos (disputas com o Brasil pela hegemonia na América do Sul e do Rio da Prata). Dentre os problemas externos, podemos colocar como principal a Guerra da Cisplatina. Cisplatina, ou Banda Oriental do Prata (atual Uruguai), foi uma província brasileira até 1825, quando houve uma revolta separatista, apoiada pelos nossos hermanos, contra os brasileiros. Como a guerra chegou a um impasse, a Grã-Bretanha pressionou os dois países para entrarem em acordos e deixarem o Uruguai, que declarou sua independência em 1828.

Os argentinos, de 1828 a 1852, viveram sob o governo de Manuel Rosas, principal caudilho do país e que tinha apoio popular. Rosas, assim como San Martin em 1816, tentou unificar novamente as províncias do Prata, o que foi contra os caudilhos do interior, contra o Brasil, o Paraguai, o Uruguai, a Grã-Bretanha e até mesmo a França! vendo-se cercado, Rosas deixou para lá esse plano, mas ainda pretendia exercer sua influência na América do Sul. Um exemplo foi a sua participação na Guerra Grande do Uruguai, uma guerra civil entre o partido Blanco e o partido Colorado, apoiado pelo Brasil. Para manter sua "reputação" contrária ao Brasil, a Argentina entrou no lado Blanco da guerra, que durou de 1838 a 1852. Em 51 e 52, com a intervenção militar brasileira na guerra, Rosas foi derrotado e os Colorados chegaram ao poder no Uruguai.

Com a derrota de Rosas, é eleito um novo presidente, Bartolomeu Mitre, que governou de 52 a 62. Sua postura perante a América do Sul era bem mais sensata, desistindo da anexação do Paraguai e do Uruguai. Mas, por interesses de defesa de território, aliou-se a Brasil e Uruguai na Tríplice Aliança contra o Paraguai na Guerra do Paraguai (Solano López, do Paraguai, querendo chegar ao Prata, invade parte do Brasil e da Argentina). Com a participação na guerra, setores da economia argentina ficaram mais fortes e, mesmo com o fim da guerra, a economia continuou aquecida por planos econômicos de modernização e expansão econômica do governo Mitre. Tal modernização levou a Argentina a ser o país a ser o mais rico da América Latina no período de aprox. 1890-95.



  • Paraguai
O Paraguai foi o primeiro país da América Espanhola a conseguir sua independência, em 1811. Desde os tempos coloniais, o país era muito dependente da exportação quase que exclusiva da erva-mate, produzida com mão-de-obra indígena (guaranis), que correspondia a grande parte da população do país, nos aldeamentos, fundados pelos jesuítas (formavam missões, reduções: comunidades auto-suficientes). Um grande problema do Paraguai, inicialmente, era a sua fronteira imprecisa, o que causou conflitos com os vizinhos, e a sua interiorização no continente, sem ter acesso a vias pluviais ou marítimas para escoamento da produção. Isso tudo somado fez do Paraguai um potencial expansionista e em frequente briga com os vizinhos.

Em 1814 começou o governo ditatorial de Gaspar Francia que, embora autoritário, tinha largo apoio popular. Suas medidas foram quase todas em prol do isolamento e da auto-suficiência do país, fazendo poucas trocas comerciais externas. Ele fortificou as defesas do país investindo pesado no Exército e na indústria metalúrgica e bélica. Além disso, aumentou a produção do país com as Estâncias da Pátria, grandes fazendas do Estado arrendadas para camponeses/indígenas. O governo de Francia durou até 1840.

Em 1844 subiu ao poder outro ditador, ligado ao anterior: Carlos López assumiu o poder com intenções de ampliar o mercado externo, tentando acordos diplomáticos e de navegação com Brasil e Argentina para alcançar vias de escoamento da produção (oceano, rio da Prata). Apesar do bom lado de alcançar vias de escoamento, o país abriu a possibilidade de conflitos por causa disso, então a política bélica e intervencionista do governo continuou.

Em 62 sobe ao poder o filho de Carlos: Solano López, que já começa provocando Argentina e Brasil com suas intenções expansionistas. Primeiramente, se alia ao governo Blanco do Uruguai, até que, em 63, explode a revolta dos Colorados, apoiados pelo Brasil. Em 64, ajudando seus aliados Blancos, Solano López entra em Guerra com o Brasil e começa a famosa Guerra do Paraguai, envolvendo Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai (quem mais lutou foi Brasil x Paraguai). A guerra pode ser dividida em 3 fases:

- de 1864 a 65: ofensiva paraguaia invade partes da Argentina e do Mato Grosso, conseguindo acesso ao Rio da Prata;

- de 66 a 68: o império contra-ataca. Brasil e Argentina recuperam seus territórios mas não vencem a barreira na fronteira paraguaia.

- de 1868 a 1870: através, principalmente, de batalhas navais, a Aliança virou o rumo da guerra e invadiu o Paraguai. Solano López, desesperado, convoca e arma toda a população pra guerra de Salvação Nacional. Os aliados vencem e matam Solano e de 10 a 50% da população paraguaia vão junto.
Fim da guerra e derrota completa do Paraguai.

Consequências da guerra:
- Aniquilação do Paraguai e de sua população (de 10 a 50%).
- Brasil e Argentina ficaram com territórios paraguaios.

Visões sobre a origem da guerra:
- até a década de 1860: causada pelas ambições epansionistas de Solano López.
- de 1960 a 1980: causada pelo imperialismo britânico (conspiração com Brasil e Argentina para destruir a economia auto-suficiente e industrial do Paraguai).
- de 1980 até hoje: causada pelos problemas na formação das Nações do Prata (disputas por hegemonia territorial/marítima/do Rio da Prata.

(continuo a matéria do cássio num outro resumo... posto já já!)




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