quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Último do Cássio

ok, agora é o último mesmo...


Período Pós-napoleônico ou "Longo Século XIX" (1815 - 1914)

Na historiografia, a fase que vem depois da Idade Moderna, é a Idade Contemporânea. E a Idade Contemporânea começa com o impacto da "dupla revolução" ocorrida na Europa:
  • Revolução Político-Ideológica: soma das revoluções liberais dos EUA e França, que levaram à queda do Antigo Regime e implantação do modelo político liberal burguês e capitalista.
  • Revolução Econômico-Social: revolução Indutrial britânica, que trouxe grande mudança no modo de produção, possibilitando a queda do sistema de produção feudal para o sistema capitalista, mudando a relação entre o homem e a sociedade (relações de trabalho e exploração).
A sociedade do século XIX, graças a essa "dupla revolução", pode ser caracterizada como: industrial, urbana, secular (separada da religião), capitalista; com economia de mercado, propriedade privada (do capital), trabalho livre e assalariado; governos eleitos, direitos iguais e liberdade econômica.

Aspectos gerais do período pós-napoleônico:
  • Supremacia Européia no mundo: todas as principais potências (econômicamente e militarmente) eram da Europa, dando especial destaque para a hegemonia britânica, já que a GB era a maior potência naval, colonial e econômica.
  • Pax Britannica: foi o período que se seguiu às guerras napoleônicas (Inglaterra e aliados tetando conter o avanço francês no continente) e foi marcado pela ausência de guerras generalizadas (houve guerras mais internas). O equilíbrio das potências foi um acordo feito no Congresso de Viena, em 1815, que redefiniu a ordem européia (consequentemente mundial) após Napoleão.
FASES do Período:
1- Fase da Reação e Revolução (1815-1850):
Marcada pela tentativa de manter o equilíbrio entre as potências e de restaurar os governos absolutistas e aristocracias locais; isso pelo menos era o que tinha sido definido pelo Congresso de Viena. O mecanismo do Congresso para manter a paz e evitar movimentos revolucionários era a Santa Aliança, uma espécie de Liga da Justiça militar das potências que estava pronta para atuar em casos de revoluções locais (mas não teriam tanto efeito se houvessem muitas revoluções simultaneamente). Mas, era impossível evitar que o sentimento revolucionário e nacionalista-liberal se espalhasse e viesse à tona. E veio à tona em três "crises" (ou ondas) de revolução:
  • Revoluções de 1820: ocorreram na Espanha, em Portugal e em Nápoles. Fracassaram, por intervenção da Santa Aliança. Apesar de fracassarem em tomar o poder, conseguiram que certas reformas de poder fossem feitas. Por exemplo: Portugal entrou num sistema de Monarquia constitucional, coisa que antes era inviável. Na mesma época, a Grécia conseguiu ficar independente do Império Turco, com ajuda de países da Santa Aliança.
  • Revoluções de 1830:
- França: as chamadas "revoluções de julho" derrubaram o monarca absolutista Carlos X de Bourbon, abalando os resquícios de Absolutismo no resto da Europa e nas Américas (Brasil). Após a derrubada de Carlos, subiu Luís Felipe de Orleans, como Monarca parlamentarista Liberal.
- Bélgica: conseguiu ficar independente da Holanda.
- Itália e Polônia: fracassaram, por intervenção da Santa Aliança; mas o ideal unificador italiano só crescia e era impossível deter seu avanço.

  • Revoluções de 1848: a Europa viveu o que foi chamado de "A Primavera dos Povos", aonde vários países, simultaneamente, entraram em processo de revolução, influenciados, em especial, pela publicação do livro "Manifesto Comunista", de Marx e Engels (num precisa explicar o marxismo, né? pelo amor de Deus! já tem bem uns 4 resumos com marxismo.)
- França: derrubada de Luís Felipe e instauração da 2ª república, com eleição do presidente Luis Napoleão Bonaparte que, logo no início do mandato, sufoca uma revolução de operários e socialistas. Quase terminando seu mandato, em 1852, Luis dá um golpe de Estado digno do seu sobrenome, instaurando o 2º Império, com o título de Napoleão III (aquele que invadiu o México...). Com a derrota da França na Guerra Franco-Prussiana, Napoleão morre e acaba, com ele, o 2º Império, sendo assim instalada a 3ª República francesa, que sufocou a revolução socialista que tomou o poder de Paris, a chamada Comuna de Paris.
- resto da Europa: abatidas pela Santa Aliança.

2- Fase nacionalista e do nascimento de novas potências (1850-75)
As guerras que houveram no período de Pax Britannica foram justamente nessa fase, quando houve a unificação de duas potências nascentes: a Itália (pelo reino do Piemonte, numa guerra contra a Áustria) e a Alemanha (processo realizado pela Prússia na Guerra Franco-Prussiana, contra França, Dinamarca e Áustria). 
- Na Itália, a unificação foi feita de uma ponta para a outra: do sul, o guerrilheiro Garibaldi ia em direção a Roma enquanto do Norte (Piemonte), vinha o primeiro-ministro Cavour, que recebeu a liderança total (a coroa) de Garibaldi ao invadirem Roma juntos (que romântico!), em 70.
- Na Alemanha, o processo foi facilitado pelo Zollverein, união alfandegária dos reinos alemães, em 1834, que unificou "ideologicamente" e economicamente os diversos cantos do país. O chanceler Otto von Bismark foi o principal responsável pela unificação, liderando a Prússia na guerra. Em 71, com a unificação completa, foi iniciado o 2º Reich (Império Alemão): maior potência industrial e bélica.

3- Fase do apogeu do Imperialismo (1850 -1914)
- dominação européia sobre África e Ásia, intensificada pela crise de superprodução de 73-76, que aumentou a busca por mercados e pela 2ª Revolução Indutrial, que aumentou a busca por matérias-primas.
- formação do capitalismo financeiro-monopolista: fusão do capital bancário-industrial, criação de grandes empresas (monopólios, oligopólios, trust, holding) e necessidade de investimento de capital em outros países (exportação de capital): isso aumentou a busca por investimentos e por áreas de influência (mercados dependentes de capital externo - ex-colônias).
A junção de tudo isso é o NEOCOLONIALISMO, que é a dominação econômica sem dominação territorial ou política de maneira direta; exemplo clássico: América dependente dos EUA.

Aew! terminou mesmo, agora.



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