quarta-feira, 18 de junho de 2008

Os EUA e o Imperialismo em 1890-1914

Novamente: texto extraído do blog do professor Cássio e "reduzido" por Mateus Félix.


O contexto internacional em 1890-1914

Fase final da era da supremacia mundial européia


Principais potências mundiais eram da Europa: Grã-Bretanha (hegemonia marítima), Alemanha, França e Rússia. Os EUA estavam em ascensão e tinham se transformado na maior potência industrial do mundo e em uma de suas grandes potências navais


Auge do imperialismo europeu

Expansão da segunda revolução industrial (química eletricidade, petróleo) e do capitalismo financeiro-monopolista, caracterizado pela exportação de capital (investimentos, empréstimos no exterior).

Visão predominante na época: para uma potência ser poderosa, rica e respeitada, ela precisava possuir um império colonial que lhe fornecesse mercados, matérias-primas, áreas para investir seu capital, bases navais e militares e prestígio internacional. Isso provocou uma corrida imperialista por colônias na África e Ásia e por influência econômica sobre a América Latina.


2. O imperialismo americano em 1890-1914

O ideal imperialista era encabeçado pelos warhawks ("falcões de guerra", da época da 2ª guerra de independência, que queriam a anexação do Canadá) e pela imprensa chauvinista (patriotismo exagerado, idealista).
Alvos dos grupos imperialistas: América Latina (principalmente o Caribe, América Central e México) e o Extremo Oriente/Oceano Pacífico (Hawaii e outras ilhas; para garantir o acesso ao mercado chinês e japonês).

Estratégia defendida pelos imperialistas:
  • Reduzir e restringir a influência da Europa na América Latina para estabelecer a hegemonia americana na região, utilizando-se da Doutrina Monroe ("América para os americanos") .
  • Aproximar-se dos países latino-americanos por meio da ideologia da solidariedade hemisférica e do pan-americanismo (cooperação, aliança e integração dos países americanos).
  • Intervenções militares e protetorados no Caribe (Cuba e Porto Rico, por exemplo), América Central e México para assegurar os interesses americanos.
  • Obter territórios e bases estratégicas no Pacífico e no Extremo Oriente

O Governo de William McKinley (1897-1901)

Anexação do Havaí: O país possuía uma monarquia nativa, derrubada por imigrantes americanos que se estabeleceram na ilha nas décadas anteriores e assumiram o poder em 1893. Cinco anos depois, 1898, o governo desses americanos no arquipélago aceitou a anexação pelos EUA.

Guerra Hispano-Americana: foi causada pelos interesses econômicos e estratégicos dos EUA em Cuba, que era a principal colônia espanhola no Caribe, especialmente graças à sua economia açucareira, mas era também dominada, em parte, por americanos que se estabeleceram ali, vindos especialmente da Flórida.

Em 1895 estorou a Guerra de Independência Cubana, causando violência e desordens que ameaçavam os negócios americanos na ilha. Por precaução, McKinley enviou o couraçado (navio de guerra) Maine para o porto de Havana (se fosse necessário, o Maine resgataria americanos, caso fossem ameaçados). Em fevereiro de 1898, por causa desconhecida, o Maine explodiu (existem versões que falam de minas no porto, de cubanos que se sentiam ameaçados com a presença do Maine e há até quem diga que os cubanos o explodiram para que os EUA se virassem contra os espanhóis, mas nada é comprovado). A opinião pública americana, instigada pela imprensa chauvinista e pelos grupos imperialistas, acusou os espanhóis de serem os responsáveis pelo fato. Em abril de 1898 os EUA reconheceram a independência de Cuba e entraram em guerra com a Espanha (de curta duração e eficaz). A Espanha, derrotada, cedeu aos EUA as Filipinas (Ásia), Guam (Pacífico) e Porto Rico (Caribe), que eram colônias espanholas.

A questão de Cuba

1898-1902 – ocupação americana de Cuba.
1901 – Emenda Platt na constituição cubana: EUA tinham o direito de intervenção militar no país (emenda abolida em 1934, com a revolução cubana).
1902 – independência oficial de Cuba, mas a ilha, na prática, virou uma "semicolônia" dos EUA, que ampliaram o domínio sobre a economia cubana.
1903 – Tratado Cubano-Americano: EUA arrendaram em caráter perpétuo a base militar de Guantánamo (controlada até hoje pelos americanos, pedra no sapato dos cubanos)


O governo de Theodore Roosevelt (1901-1909)


Corolário Roosevelt (corolário = adaptação da teoria) da Doutrina Monroe: direito de intervenção militar dos EUA no Caribe e América Central para proteger os interesses americanos e manter a ordem. Os países em crise de pagamento de dívidas externas teriam suas finanças públicas controladas e regularizadas pelos EUA para evitar a ação militar das potências européias credoras na região. Foia política do "Grande Porrete" ou Big Stick.


A questão do Panamá
: o Panamá era território da Colômbia, com grande importância estratégica: local ideal para a construção de um canal ligando o Atlântico ao Pacífico, evitando a longa volta pela costa da Améria do Sul. No final do século XIX, uma empresa francesa (a mesma construtora do canal de Suez, Egito) começou a construir o tal canal, mas não conseguiu concluí-lo. Roosevelt propôs completá-lo e arrendá-lo perpetuamente (controle americano). O presidente da Colômbia aceitou, mas o Senado colombiano rejeitou. Os EUA, então, incentivaram os movimentos de independência do Panamá (até então território da Colômbia) para que pudesse construir e controlar o Canal do Panamá.

O Panamá, que conseguiu sua independência em 1904 com a ajuda dos EUA, concedeu aos EUA um território para a construção do canal (a Zona do Canal) que ficaria sob controle americano em troca de um arrendamento perpétuo. O Panamá, então, transformou-se em um protetorado dos EUA. O Canal foi construído em 1907-1914 e a Zona do Canal virou, na prática, uma colônia americana (até 1999, data acertada em um acordo nos anos 70 para que cessasse o arrendamento).

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