quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sociologia - Positivismo

A matéria da prova de Sociologia dessa etapa envolve os assuntos tratados nas etapas anteriores (teóricos do absolutismo, filmes...) e que se encontram resumidos nesse mesmo site. A matéria exclusiva da terceira etapa é o capítulo 4 do livro SOCIOLOGIA - INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DA SOCIEDADE e que será resumido aqui (com trechos do livro) na ordem inversa de apresentação do livro, por questões didáticas do Félix. (Não reclama!)

  • Da filosofia social à sociologia

Foi "o positivismo que logrou, de forma pioneira, sistematizar o pensamento filosófico." E isso só foi possível com os contínuos avanços nas áreas de ciências naturais (física, química, biologia...). Com tais avanços, o homem foi capaz de entender e analisar como funciona a natureza, deduzir leis naturais e elaborar teorias que explicam, por exemplo, a evolução das espécies. Foi pensando nessas leis naturais que o francês Auguste Comte (1798-1857) elaborou teses sobre o funcionamento do pensamento e do comportamento do homem em sociedade: ele caracteriza a sociedade como um "organismo social", que está sujeito à evolução, a mudanças e que tais mudanças seguem certos padrões, assim como os cientistas acreditavam ser com um organismo biológico.
O positivismo, "como escola filosófica, derivou do "cientificismo', isto é, da crença no poder dominante e absoluto da razão humana em conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis que seriam a base da regulamentação da vida do homem, da natureza e do próprio universo." Logo, o positivismo buscava sempre no comportamento e no pensamento humano uma analogia às ciências naturais, regidas por leis racionais. "A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou mecânico. Por isso o positivismo foi chamado também de "organicismo". (Orgânico = natural.)

SINTETIZANDO: o positivismo foi o movimento filosófico que trouxe os estudos sociais para o "cargo" de Ciência.

  • Evolucionismo e história da humanidade

Com o racionalismo, os avanços científicos e o conseqüente aparecimento das teses positivistas, surgiu também a idéia de que, se as sociedades seguem padrões que podem ser descritos e analisados, o contexto histórico e os acontecimentos que transformam tais sociedades também seguem padrões que podem ser observados e definidos. "Nesse caso, a lei que rege a história seria semelhante às leis naturais que agem de forma espontânea mesmo que os seres que ela governa não têm consciência dela".
Autores como Montesquieu e Aléxis de Tocqueville procuraram compreender os fatos históricos e as diferenças sociais como manifestações de uma ordenação geral que governaria o mundo. O último "defendia a idéia de uma tendência universal à igualdade de condições entre indivíduos e sociedades." Isso porque, se todos os homens, como espécies, são iguais, tendem à igualdade de condições e a uma homogeneização das sociedades, assim como é na natureza.

  • Darwinismo social

Na onda de aliar leis naturais e comportamento social, surgiu o darwinismo social. As leis naturais de Darwin falam da "seleção natural", processo pelo qual as espécies mais desenvolvidas e adaptadas ao meio prevalecem em detrimento dos seres menos evoluídos, "atrasados". Essa teoria, aplicada à sociedade do século XIX, virou uma desculpa quase que perfeita para as grandes potências imperialistas: ao colonizar (escravizar e impor uma cultura européia) países da África e Ásia, países como França, Inglaterra, Bélgica, Alemanha e Itália diziam que estavam tirando os "pobres-coitados" da barbárie, trazendo-os para a "civilização", uma sociedade capitalista e desigual, baseada no consumo e na exploração das forças de trabalho. "Essa explicação aparentemente 'científica' que justificava a intervenção européia em outros continentes era incapaz de explicar, entretanto, as dificuldades pelas quais passava a própria Europa. Naquela época, como hoje, os frutos do progresso não eram igualmente distribuídos e nem todos participavam das benesses da civilização". Contra o darwinismo social, é apresentada a idéia de que, "se o homem constitui biologicamente uma espécie, o mesmo não se pode dizer das diferentes culturas que ele desenvolveu. O caráter cultural da vida humana imprime ao desenvolvimento das suas formas de vida princípios diferentes daqueles existentes na natureza." Logo, as sociedades, as culturas, as crenças não devem ser tratadas como organismos que seguem leis e padrões evolucionistas, pois são resultado do pensamento coletivo humano, que é mutável e que não pode sofrer comparações do tipo "evoluído" ou "menos evoluído".
"Hoje, percebe-se que a complexidade da cultura humana tem concorrido para limitar a ação da lei de seleção natural. A adaptabilidade do homem e sua independência cada vez maior em relação ao meio têm se transformado numa espécie à qual a seleção natural se aplica de maneira especial e relativa", quando se aplica.



CONCLUINDO: "Por mais evidentes que sejam hoje os limites, interesses, ideologias e preconceitos inscritos nos estudos positivistas da sociedade, por mais que eles tenham servido como lemas de uma ação política conservadora, como justificativa para as relações desiguais entre sociedades, é preciso lembrar que eles representaram um esforço concreto de análise científica da sociedade" e possibilitaram, posteriormente, um maior desenvolvimento da nascente SOCIOLOGIA.

DICA (para prova) : ler textos das páginas 77,79 e 80 e identificar as influências positivistas.

Dúvidas, sugestões: mfdsm@hotmail.com

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